quarta-feira, 25 de maio de 2016

Capi Parede de Curitiba - Dessa vez Curitiba saiu na frente de São Paulo

Capi Parade - Iniciativa do Shopping Palladium de Curitiba - foto Luiz Pagano e o Time de Mkt do Shopping
É com grande orgulho que anunciamos que após quase dez anos de existência do Blog Capivara Parade, estamos tendo a primeira Capivara parede não virtual, graças a iniciativa do querido Shopping Paladium e de seu talentoso grupo de profissionais. Foi nessa ultima segunda-feira, dia 23 de maio de 2016 com a ativação chamada Capi Parade, que contou com oito capivaras executadas de acordo com o padrão CABAP pela equipe de Will Batista do Studio Fabrica.

“A capivara é um símbolo de Curitiba, além de ser um animal extremamente adaptável é frequentemente encontrado em ambientes alterados pelo homem” diz a gerente de marketing do Palladium, Maria Aparecida de Oliveira, que decidiu fazer quantidade de 8 capivaras em alusão ao oitavo aniversário de inauguração do Shopping.

E essas são as 8 capivaras participantes:

1 - Dani Henning -  Artista plástica – Criou uma linda e colorida capivara Empedocles, criador da teoria cosmogênica dos Quatro Elementos, a água, pingos multicoloridos, mostrando o poder da água de colorir o mundo; o ar com seus lindos pássaros; o fogo, a cor amarela do corpo da capivara, com toda a energia do sol e a Terra com o pinhão, fruto da terra, com grande simbologia em Curitiba e no Paraná.
Dani Henning e sua Capivara 

2 - Di Magalhães – Artista plástico e blogueiro que ama Curitiba e o meio ambiente fez uma homenagem a gralha-azul, pássaro o principal animal disseminador da araucária, símbolo de Curitiba;
 Capivara de Di Magalhães com a gralha azul

3 - Luiz Pagano – Artista conceitual e criador do blog ‘Capivara Parade’, baseada na Cow Parade de Pascal Knapp, fez a Capivara Heroina Brasileira, pintada como um personagem dos clássicos Tokusatsu Japoneses (Ultraman, Utraseven, etc.) ela chega na cidade tal como os heróis japoneses para combater o ‘Grande Monstro’ (a ignorância e o descaso com a ecologia) que polui os rios e lagoas de quase todas as cidades brasileiras;

Luiz Pagano criador do Capivara Parade e Sua Capivara - Capi Parade Curitiba

4 - Juarez Fagundes - Cenógrafo e artista plástico de São Paulo, criou a divertida Móra, em homenagem ao Juiz Sérgio Mouro. O artista plástico Juarez Fagundes é o mais experiente em PARADES do time,  por seu trabalho lúdico e colorido, participou também do Call Parade, em São Paulo.;

Móra - Capivara de Juarez Fagundes

5 - Diogo Portugal - versátil humorista que vai do Stand-Up Comedy ás artes plásticas num sorriso só. Concebeu a Risoleta, a capivara comediante;

Risoleta - Capivara do Humorista Diogo Portugal

6 - Jaime Lerner – Dispensa apresentações, um dos maiores urbanistas brasileiros, tendo sido prefeito de Curitiba por três vezes, foi presidente da União Internacional de Arquitetos (UIA) em 2002 e é consultor das Nações Unidas para assuntos de urbanismo. concebeu a Capivara Bi articulada, em alusão ao ônibus Bir articulado, uma de suas invenções mais icônicas;

Capivara Bi articulada do Urbanista Jaime Lerner

7 - ProDesign>PR e seu talentoso grupo de designers.

Associação de apoiadores de projetos de designers paranaenses.

Aulio Zambenedetti - Presidente da ProDesign – pr
Alexandre Domakowski - Doma Design
Bruno Yamada Zambenedetti - estudante de design Universidade Positivo
Cristina Yamada - Aryau Design
Guido Dezordi - Lumen Design
Miriam Zanini - Blu Design
Tulio Filho - Blu Design
Vinicius Iubel - Mega Box Design

A todo instante, há um designer criando algo novo para deixar nossa vida mais bela, prática e humana. Projetos que não apenas dão forma a nossos desejos, mas que podem também transformar nossa concepção do mundo. Que podem mudar produtos, marcas, pessoas e hábitos. E para apoiar estes projetos de designers paranaenses, no Brasil e no mundo, surgiu em 2009 a ProDesign>pr. Criaram a Lorem Ipsum, a capivara estilosa que usa botões tal qual uma imagem digital usa pixels;

A capivara Lorem Ipsum da ProDesign>PR

8 - É por fim, o Will do Studio Fabrica nos brinda com a capivara Pelé,  que usa vestirá camisa verde e amarela e que será autografada pelo rei Pelé, após o leilão, com dedicatória ao arrematante.


Capivara Pelé - a celebridade do time

A exposição no Palladium Curitiba seguira dos dias 23 de maio a 5 de junho. Nos dias 4 e 5 de junho, as crianças que passarem pelo shopping poderão pintar mini capivaras de gesso. “A intenção do Palladium é conscientizar a criançada sobre a preservação da natureza, além de proporcionar a experiência lúdica da pintura”, completa a gerente de marketing.

Para celebrar o Dia Mundial do Ambiente, de 6 de a 12 de junho. a Capi Parade sai em bando para a exposição itinerante em diversos pontos turísticos de Curitiba, no final da ação, as peças serão doadas e leiloadas pelo parceiro da ação, o leiloeiro Helcio Kronberg. O valor arrematado com o leilão, a comissão do leiloeiro bem como o trabalho dos artistas são doções e serão revertidos em cobertores para a Campanha Doe Calor, da Prefeitura de Curitiba realizada por meio do Instituto Pró-Cidadania e Fundação de Ação Social (FAS).

“Além de mobilizar a comunidade na doação de roupas e cobertores, o Instituto busca parcerias que contribuam para o repasse de cobertores novos. Essa exposição do Palladium é uma iniciativa bastante criativa para mobilizar a população e será uma parceria fundamental para que possamos levar melhores condições para muitas pessoas que precisam desse suporte para enfrentar o rigoroso inverno do Curitiba”, enfatiza o superintendente do Pró-Cidadania, Gerson Guelmann.

A Capi Parade conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Curitiba, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, da Rede de Proteção Animal de Curitiba, do Instituto Pró-Cidadania de Curitiba, da Deiró Moving Ideas e do leiloeiro Helcio Kronberg.


Roteiro da  Capi Parade

Exposição das capivaras no Palladium, de 23 de maio a 5 de junho.
Ação com crianças no Palladium, nos dias 4 e 5 de junho.
Exposição em pontos turísticos de Curitiba, de 6 a 12 de junho, a saber:

6 de junho: Prefeitura
7 de junho: Rua XV (Boca Maldita)
8 de junho: Praça Santos Andrade (em frente ao prédio da Federal)
9 de junho: Praça Rui Barbosa
10 de junho: Jardim Botânico
11/06 (sab): Mercado Municipal
12/06 (dom): Parque Barigui



Prepare-se!!   Leilão das esculturas, acontecera no dia 16 de junho, no Shopping Palladium de Curitiba, não perca a chance de adquirir a sua.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Aumenta população de Capivaras nas cidades Brasileiras

Luiz Pagano com a simpática capivara de São José do Rio Preto , enquanto que a de Ipanema da problemas aos bombeiros no Rio de Janeiro

Por incrível que pareça a cidade de São Paulo só perde para a de São Jose do Rio Preto no que diz respeito a receptividade às capivaras. De acordo com o ultimo senso feito pela prefeitura as águas da região central rio-pretense já abrigam126 capivaras que vivem às margens da represa.

Só nos últimos dois anos a população aumentou em 40%. Os moradores de São José do Rio Preto gostam das capivaras e acreditam que elas são uma espécie de cartão postal da cidade (coisa que este blog pretende para a cidade de São Paulo).

Já a Prefeitura de Ribeirão Preto decidiu, após reunião realizada em agosto desse ano que o Parque Maurilio Biagi seria fechado para manutenção e limpeza toda segunda-feira, das 8h às 14h. A pratica tem como objetivo combater a infestação de carrapatos-estrela no parque.

O carrapato-estrela (Amblyomma cajennense), parasita comumente encontrado em cavalos e animais de pastagem, levado às capitais pelas capivaras. Responsável pela transmissão da febre maculosa, a presença do carrapato-estrela é perigosa. Uma pessoa em Ribeirão já morreu por conta da doença este ano.

Algumas medidas já estão sendo executadas pelo Departamento de Vigilância em Sáude e a Coordenadoria de Limpeza da cidade, como isolamento da área com faixa, roçada da grama e limpeza nas áreas em que há presença de capivaras.

Os dias de capivaras estão contados em Ribeirão Preto, que devem ter chegado lá pelo próprio ribeirão Preto e através do córrego Laureano. A prefeitura pretende construir um muro de gabião para impedir enchentes e também a entrada dos animais no parque.

Campinas também teve maus momentos com as capivaras, no dia 12 de maio deste ano a Prefeitura de Campinas abateu 13 capivaras que estavam confinadas no largo do Café. Os corpos dos animais foram retirados envoltos em sacos pretos e transportados para o aterro municipal.

Para a execução dos animais, a prefeitura se valeu de uma autorização do Ibama que atestou a eutanásia dos mamíferos como alternativa para interromper a proliferação do carrapato-estrela. Em oficio ao Ibama, a prefeitura justificou que as capivaras no largo do Café estavam contaminadas  - um risco para os frequentadores do local. Esse foi o principal argumento para se manter o largo do Café fechado ao público nos últimos três anos.

Ambientalistas protestaram, fizeram até um "enterro simbólico" dos animais. O enterro contou com cruzes, velas e flores. O vice-presidente da União Protetora dos Animais (UPA), César Rocha, disse que o abate foi "uma traição". "Lutamos muito para que as capivaras não fossem mortas. Mostramos exemplos de outros locais, como Piracicaba, que usou outro método, como um alambrado para isolar os animais da população".

Já na cidade do Rio de Janeiro, bombeiros do Grupamento Marítimo tiveram alguams dificuldades para resgatar uma capivara, nas pedras da praia do Arpoador, na Zona Sul do Rio. Após várias tentativas de captura, o animal mergulhou e nadou para o alto-mar e não foi mais visto. Segundo os bombeiros, o animal teria chegado à praia através do canal que liga Ipanema à Lagoa Rodrigo de Freitas, onde capivaras são vistas com freqüência.

Já em São Paulo, a foto de uma capivara ilustrava a matéria do Estado de São Paulo, edição de 9 de Janeiro de 2011 – aqui parece que a Deusa do Pinheiros veio para ficar.

A Lenda da Capivara Paulistana



Diz a lenda que Pero Corrêa e Manuel Chaves, grandes conhecedores da língua tupi que acompanhavam José de Anchieta e Manoel da Nóbrega em sua missão de catequização de índios na região do Planalto de Piratininga, ouviram um índio velho e sábio quando conversava com uma capivara.

Ao se aproximarem perceberam que a capivara parecia interagir com o sábio que expressava uma forte alegria e olhava para cima com ar de admiração. Ao ser indagado pelos viajantes o sábio revelou que a capivara fora instruída pelo Grande Espírito da Floresta a indicar o lugar que fora designado para ser o centro de prosperidade de uma grande nação com arvores de luz que se multiplicariam na cor cinza e centralizaria o grande conhecimento universal sob fina garoa, prometeu que ali seria um local sagrado livre das feras da floresta e das intempéries do tempo e que seria também o local ideal para os homens se concentrarem apenas em fazer prosperar e crescer o bem e a harmonia.

Corrêa e Chaves perceberam que quanto mais o homem falava, tanto mais suas forças se esvaiam, aqueles pareciam ser os últimos minutos de vida do sábio. O velho homem forneceu todos os detalhes da construção e da localização de um centro de aprendizado, ele designou a capivara para guiá-los em sua missão e pediu para que se apressassem. A dupla então acompanhou a capivara, Pero Corrêa olhou para traz e ficou abismado com o que via enquanto se embrenhava no mato. O Sábio índio olhou para o norte logo em seguida para o sul, levantou os olhos como se fizesse sua ultima prece em então se deitou em nicho de pedras enquanto capivaras saiam do mato de todas as direções para se juntarem ao redor do homem enquanto ele morria.

Impelidos pelo acontecimento de grande magia nem sequer cogitaram a hipótese de não respeitar as instruções que lhes foram dadas. No caminho os dois discutiam como convenceriam Manoel da Nóbrega e José de Anchieta a aceitar as indicações do índio sem macular os dogmas da igreja e decidiram dizer que a indicação da construção do colégio fora feita após uma visão de São Paulo Apostolo.

A capivara se entristece com a descrença dos dois homens no sábio e no Grande Espírito da Floresta, mas ainda assim, chorando muito, guia os homens que nem se davam conta da tristeza do humilde animal, até o terreno onde deveria ser construído o colégio.

O local era perfeito, ficaram animados por encontrar várias famílias cujos filhos estudavam no litoral acharam que Anchieta e Nóbrega não recusariam frente a argumentos tão bons.

Foi então que os jesuítas chefiados por Manoel da Nóbrega foram diretamente à casa de João Ramalho e sua esposa Bartira, filha do cacique Tibiriçá , em Santo André da Borda do Campo, onde pernoitaram. No dia seguinte, ao romper da madrugada, tomaram o caminho de Piratininga, onde chegam manhã alta. Padre Nóbrega designa o Padre Manoel de Paiva para celebrante da missa de 25 de janeiro de 1554, no alto do Inhapuambuçu. Serve-lhe de acólito o irmão José de Anchieta. Padre Paiva eleva o cálice do sacrifício. Anchieta retine a campainha cujo eco parece alertar os animais da floresta e as forças da natureza para o grande evento. E Manoel da Nóbrega, com os olhos no céu, pede as bênçãos de Deus para o Real Colégio Nascente.

Satisfeitos em suas missões Pero Corrêa e Manoel Chaves celebram felizes na floresta quando então a capivara surge da relva possuída pelo Grande Espírito da Floresta e diz:

“Sou-lhes grato por seguirem minhas instruções, foi dado inicio à seqüência de acontecimentos que farão desta terra um centro de prosperidade, porem, cometeram um grave erro; menosprezaram minha humilde fiel capivara e os conhecimentos dos povos locais. Como punição os habitantes desta cidade nunca serão senhores da terra, terão o compromisso de viver lembrando sempre que esta cidade pertence à natureza, e cada vez que desrespeitarem as leis da terra serão castigados pela própria terra. Se cobrirem a terra rocha e boa com matéria cinza terão enchentes provocadas por cinzas nuvens que os asfixiarão até ficarem roxos. Se poluírem os fluidos rios com matéria parda, terão que respirar o ar fétido e insalubre da matéria parda de seus próprios fluidos. A cada agressão que cometem contra a terra que lhes cedi a própria terra haverá de puni-los e esta humilde capivara que vos fala haverá de lembrá-los com sua própria presença e fiscalização tudo o que aqui foi dito. Quanto mais respeitarem a capivara e o que ela simboliza tanto mais prosperidade e beleza vos será concedida”.. 

terça-feira, 19 de abril de 2016

Faça sua Capivara Parade - em qualquer cidade do Brasil

Desde janeiro de 2008, quando lançamos o projeto Capivara Paulistana, tínhamos como objetivo adotar uma mascote para a cidade de São Paulo e também chamar atenção para a questão da sustentabilidade da cidade. Imediatamente observamos que, tal como aconteceu em São Paulo, outras cidades receberam suas capivaras e as suas populações as adotaram com grande carinho. A margem dos rios e lagos de praticamente todas capitais brasileiras, temos capivaras, nas margens da Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio, no Parque Barigui em Curitiba, Lagoa Maior em Campo Grande, etc.

Tal como foi dito por Luiz Pagano na postagem de 2008, “Adotei as capivaras como mascote do paulistano, do mesmo modo que a deusa egípcia Tauret aparecia às margens do Nilo e trazia bênçãos às mulheres grávidas a Capivara aparece na cidade de São Paulo como um amuleto de prosperidade para a cidade e nos faz repensar na ecologia as margens deste rio poluído, e nos da a esperança de ter uma capital prospera e ao mesmo tempo em equilíbrio com a natureza”.

Desde então o blog fez muito sucesso e tem contribuído muito para levar informação e divertimento à aqueles que compartilham de nossos anseios e aspirações.

Em maio de 2014, atendendo aos pedidos dos fãs, o blog ‘Capivara Paulistana’ e a ‘Monkix’ da Vila Madadela disponibilizam uma edição limitada de capivaras feitas em resinas e materiais compostos, que traz a arte de artistas plásticos, grafiteiros e ‘urban artists’ da cidade. Foi um grande sucesso!!!


O Projeto Capivara Parade Regional tem como propósito, usar o nosso já prestigiado grupo de fãs como multiplicador desse projeto para outras cidades.

É importante dizer que é um PROJETO LIVRE DE DIREITOS AUTORAIS E DE IMÁGEM, nos não temos o objetivo de lucrar com a venda dessas capivaras. O resultado obtido com a venda das capivaras e suas intervenções será destinado integralmente aos artistas que a fizeram, e suas comunidades.

Qualquer um pode fazer a sua capivara, segundo o padrão CABAP, descrito abaixo, fazer sua intervenção artística e vende-las.

No entanto, pedimos apenas que parte do resultado obtido com a venda dessas peças, seja revertido para projetos que tenham filosofia igual ou semelhante à do blog ‘Capivara Paulistana’, gerar renda para as comunidades que de uma forma ou de outra vivem as margens das capitais brasileiras, bem como atrair atenção do publico para os valores de sustentabilidade e ecologia da Capivara Paulistana.

A idéia para tal projeto nasceu do site Capivara Paulistana em parceria com o site irmão de Curitiba, Capivara Curitibana, (veja a pagina da Capivara Curitibana no Fecebook), passa a ser o primeiro parceiro e logo terá suas capivaras a venda e esta aberto a novas adoções Brasil afora.

O PROJETO

O modelo padrão de capivara, sobre a qual os artistas regionais executaram suas peças artísticas e intervenções é a Capivara Basica Padão (CABAP), que segue as medidas abaixo.

A todos interessados em participar do projeto basta seguir as instruções de reprodução e começarem a reproduzir suas CABAPs, aplicarem suas obras sobre elas e colocá-las a venda.

O projeto é completamente livre no que diz respeito ao material utilizado para fazer a CABAPs, suas intervenções artísticas bem como no preço de venda das peças. Nosso único pedido é que façam a capivara o mais próximo possível de seu modelo original, na pose em que se encontra.

Envie-nos fotos de suas intervenções, elas serão publicadas nos nossos canais, o Blog e na pagina no Facebook.



Esperamos que, tal qual as capivaras que chegam sem avisar e ocupam as margens dos principais rios e lagos das cidades brasileiras, possamos com nossos amuletos de prosperidade, inspirar nossas cidades a repensarem a ecologia as margens de rio e lagos, normalmente poluídos, e nos dar a esperança de termos cidades em equilíbrio com a natureza e que valorizem nossas comunidades carentes.

Estatuetas comemorativas ‘Capivara Paulistana 2014’

O Blog Capivara Paulistana lança as “Capivaras Paulistanas 2014”. Nesta edição a capivaras estão mais “street”, pintadas com jatos de spray como nos grafitties da cidade e relevos que simulam o desgaste natural das calçadas.

Como na primeira edição, cada capivara é única, feitas individualmente em resina de poliuretano, numeradas, com pintura personalizada.

Seis anos apos o lançamento das primeiras capivaras http://paganodesign.blogspot.com.br/2008/01/artista-plstico-paulista-adota-capivara.html que foram colocadas no mercado em 2008 para celebrar os 454 anos da cidade de São Paulo estas capivaras continuam com a assinatura de PAGANO DESIGN.



Os colecionadores interessados em adquirir estas peças terão que aguardar mais um pouco, ainda não foi divulgado onde as capivaras poderão ser encontradas. Fique de olho neste blog e/ou  na pagina do Facebook https://www.facebook.com/CapivaraPaulistana para saber mais.

Monumento às Bandeiras – o mais importante monumento de São Paulo é pouco conhecido pelos Paulistanos

Monumento às Bandeiras com 32 figuras, 
e não 37 como relatado em muitos outras referencias (inclusive a Wikipedia e o Site da Prefeitura de São Paulo

Certa vez perguntei a um amigo de infância quantas eram as figuras que empurravam e puxavam a canoa de monções no Monumentos às Bandeiras de Victor Brecheret, monumento bastante conhecido dos paulistanos em frente ao Parque do Ibirapuera. Ele então pesquisou na enciclopédia de sua mãe (na época não existia o Google) e a resposta foi 37 figuras.

Achei muito estranho pois tenho uma boa noção de conjuntos e o numero me pareceu um pouco alto. Para tirar a duvida fomos até o local e contamos um a um.

Para minha surpresa a enciclopédia estava errada (assim como diversos artigos que vejo na internet, inclusive no artigo da Wikipédia) e eu estava certo. Eram 30 entre homens mulheres e crianças e mais dois cavalos, totalizando 32 figuras.
Monumento às Bandeiras - Rosto da Figura de número 25

Nos perguntamos: -“como a enciclopédia podia estar errada num assunto tão importante para o paulistano?”.

A resposta pode estar no Memorial Descritivo do projeto para o Monumento às Bandeiras publicado no Jornal Correio Paulistano no dia 28 de julho de 1920.
Monumento às Bandeiras - No primeiro bloco vem os cavaleiros, no segundo as etnias brasileiras 

“O grupo monumental que é a coluna dorsal do monumento, foi movido de maneira a sugerir uma ‘entrada’. A grande massa processional , guiada pelos ‘Gênios’ – os Paes Lemes, os Antonio Pires, os Borba Gatos – avança para o sertão desconhecido. Os Guiadores, a cavalo – símbolo da força e do comando -, são seres titânicos, dignas expressões viris dos sertanistas de São Paulo.
Monumento às Bandeiras - Nesta seqüência um homem da de beber ao índio e uma mulher carrega um bebe no colo
No centro, uma Vitória espalma as asas que cobrem piedosamente os ‘Sacrificados’, isto é, aqueles sertanistas que tombaram nas ciladas da selva. (..) Saindo da terra pisada pelos bandeirantes, serpeiam em grupos laterais as ‘Insidias’. São de um lado, as ‘Insidias da Ilusão’, mulheres enigmáticas e serpentes, belas como tudo que promete a mente, a simbolizar as Esmeraldas de Paes leme, as Minas de Prata de Roberto Dias, o mundo lendário das Amazonas de Orellana. (...) Do outro lado, as ‘Insidias do Sertão’ exprimem as Lesirias e as Febres, as Emboscadas e as Feras, a Fome e a Morte. Na parte posterior, a Ânfora que conterá a água do Rio Tietê, sagrado pela gloria das ‘monçoes’. Sugeriu-nos essa idéia a conferencia do Sr. Affonso de Taunay”.
A figura de numero 13 é o unico que puxa a embarcação - Uma lenda popular diz que o monumento do 'Deixa que eu empurro' ou 'empurra-empurra' nunca sai do lugar posto que as cordas estão frouxas, logo ninguém está fazendo força.
Reparem que neste memorial escrito pelo próprio escultor ele menciona ‘Vitorias Aladas’, e também acho que alguém deveria carregar a ânfora, estas não estão presentes no nosso atual monumento.
As figuras escondidas de numero 29 e 30 ( a de numero 29 é o auto-retrato de Victor Brecheret)

Considerada a maior escultura equestre do mundo com seus 50 m de comprimento, 16 m de largura e 10 m de altura, teve seu projeto inicial em 1920, encomendada para a celebração do bicentenário da independência, em 1922. 
A grande massa processional , guiada pelos ‘Gênios’ – os Paes Lemes,
os Antonio Pires, os Borba Gatos – avança para o sertão desconhecido.

O então Presidente do Estado, cargo que equivale hoje ao de governador, manifestou o desejo de realizar um monumento aos bandeirantes. A comissão encarregada de executar o monumento, a ser custeado pela administração pública, foi composta por Monteiro Lobato, Menotti Del Picchia e Oswald de Andrade, que escolheram o projeto de Brecheret.

Ainda em julho de 1920, o projeto foi apresentado publicamente na Casa Byington, e agradou muito a Washington Luís. 

A colônia portuguesa, nesse meio tempo, queria oferecer um monumento à cidade, também com o tema de bandeirantes, eles apresentaram uma proposta do escultor português Teixeira Lopes.

Menotti Del Picchia detestou a idéia de ter essa obra feita por estrangeiros “...o monumento brasileiro deve ser integralmente brasileiro”, repudiava a idéia de “a alma e a técnica estranhas se fixarem no bronze que imortalizaria as glórias de nossa raça”. Em função do conflito o Presidente do Estado decidiu adiar o projeto e a maquete de Brecheret foi parar na Pinacoteca do Estado.
Maquete original do Monumento às Bandeiras de Brecheret com 37 figuras (1920), inclusive as 'Vitorias aladas' - Muita alteração foi feita até sua inauguração em 1953 com apenas 32 figuras.

A retomada da escultura só ocorreu próximo às comemorações do IV Centenário da Cidade. Primeiramente, Brecheret fez a obra na escala de 1x1 m, aumentando-a depois para o tamanho atual. Foi feita uma primeira escultura em gesso em tamanho natural, a partir da qual todas as figuras foram novamente esculpidas, desta vez em pedra Mauá – as pedras eram trazidas da cidade paulista de mesmo nome – por artesãos denominados “canteiros”, que copiavam fielmente o modelo em gesso feito por Brecheret.

O monumento foi feito em três partes: os batedores a cavalo à frente do grupo, o grupo humano ao centro e a barca ao final.

O projeto inicial teve diversas alterações e em1949, Brecheret resolveu alterar a base do monumento. Em vez de escadarias, optou por uma base mais simples, com as laterais em plano inclinado, quase vertical. Em 1951, a Oficina Incerpi começou a montar os blocos de granito, já esculpidos, no Ibirapuera, como num grande quebra-cabeças, sendo que o efeito final deveria dar a impressão de um único bloco de rocha, como previa Brecheret. O concreto foi usado no enchimento da canoa, para dar mais rigidez ao conjunto.
o ‘Sacrificado’ figura de numero 23,  é o sertanista que tombou nas ciladas da selva.
O único personagem histórico identificado é o próprio Victor Brecheret. A quarta figura à direita do monumento, no bloco imediatamente seguinte ao dos cavaleiros, traz a seguinte inscrição no seu ombro direito: “Auto-retrato do escultor Victor Brecheret 02-10-1937”.

Previsto para ser inaugurado em 25 de janeiro de 1954, foi entregue um ano antes. Brecheret estava doente e pediu ao governador Lucas Nogueira Garcez, apressasse a entrega para o dia 25 de janeiro de 1953.
Temendo que as outras 7 figuras estivessem escondidas, procuramos muito e só achamos um escondido (numero 22) rapaz que carrega o desmaiado.    

Símbolo da cidade de São Paulo, a obra-prima de Brecheret é praticamente uma síntese de sua trajetória artística. Demorou 33 anos para ser construída e revelou influência de seus estudos anatômicos, que valorizam o corpo humano, no estilo art decó combinado com o luxo do estilo marajoara-indígena.

As “bandeiras”, tiveram grande importância para a colonização do Estado de São Paulo e do interior do Brasil nos séculos XVI, XVII e XVIII. 

Cada uma das figuras tem cerca de 5 m de altura e retrata mistura étnica brasileira, com a presença de bandeirantes brancos, índios e negros escravos, e mamelucos.
Se o numero 13 é o único que puxa, o numero 28 é o único que empurra.

Os cavaleiros da escultura estão direcionados para o Pico do Jaraguá, rumo ao interior do Estado dos bandeirantes, sempre à procura de pedras preciosas, mais precisamente esmeraldas. Abaixo deles, na base de pedra da obra há um mapa, em que são mostrados os caminhos dos bandeirantes por todo o Brasil. Ele foi elaborado pelo historiador Afonso d’Escragnolle Taunay (1876-1958), autor de História geral das bandeiras paulistas (1924/50), grandioso levantamento de fatos que auxiliam na compreensão da história do Estado de São Paulo. 

Nas laterais do monumento, há inscrições enaltecendo a obra. O poeta, ensaísta e crítico literário Guilherme de Almeida (1890-1969), chamado de “príncipe dos poetas brasileiros”, declarou: “Brandiram achas e empurraram quilhas, vergando a vertical de Tordesilhas”.

Armas antigas semelhantes a um machão (“achas”) é vista na mão de uma das figuras. Empurraram quilhas de embarcações para alcançar pontos cada vez mais longínquos, ultrapassando a barreira imposta pelo Tratado de Tordesilhas firmado entre Portugal e Espanha em 1494, que delimitava a posse das terras na América após a primeira viagem de Colombo.
Foi adicionado concreto para unir as estatuas feitas de pedra 'Maua'

Os bandeirantes, se embrenharam pela mata e chegaram a locais antes não pisados pelo homem branco, fundando cidades e ampliando as fronteiras brasileiras.

Posteriores negociações entre os rei luso D. João III e os monarcas espanhóis Fernando e Isabel deslocaram a linha inicial e asseguraram a expansão do Brasil para alem da demarcação. 

A outra inscrição na lateral do monumento (“Glória aos heróis que trocaram o nosso destino na geografia do mundo livre./ Sem eles, o Brasil não seria grande como é”) é do historiador, ensaísta e poeta brasileiro Cassiano Ricardo (1895-1974). Modernista, filiado ao Movimento Verde-Amarelo, que, por volta de 1926, defendia um nacionalismo fechado às influências das vanguardas européias.

A frase exalta o papel dos bandeirantes na história do Estado e demonstra bem o espírito conservador do grupo, que contava com a participação de Menotti del Picchia, Cândido Mota Filho e Plínio Salgado, defendendo um ideário político de extrema direita, dando origem ao Grupo Anta e, posteriormente, no integralismo, vertente do nazifascismo no Brasil.